Ela sentia frio. Daqueles frios que a insegurança e a saudade criam. Daqueles frios que só um tipo de calor pode aquecer. O calor humano...
Ela era forte. Sempre conseguiu se virar sozinha, cuidar de si mesma, e isso era motivo de orgulho próprio. Tinha suas próprias opiniões, metas e objetivos, e não se intimidava perante os obstáculos que vez ou outra surgiam. Mas naquele momento, a sua força parecia ser ineficaz.
Talvez fosse a saudade de casa, talvez fossem os medos, talvez fosse a "solidão". Seus olhos mostravam uma fraqueza incomum, uma vulnerabilidade rara. Ela estava com frio, e não conseguia se aquecer...
Olhou pras fotos na estante. Relembrou a infância e a época em que não tinha preocupações nem responsabilidades. Relembrou a família e os momentos aconchegantes e calorosos que passava ao lado de cada membro dela. Relembrou os amigos e a alegria que era estar ao lado deles, fosse numa sala de aula, numa mesa de sinuca, ou em qualquer outro lugar.
Não. Ela definitivamente não estava sozinha. E aos poucos, as lembranças criaram o calor necessário para a aquecer. E aqueles olhos que a pouco estavam com um olhar triste, brilhavam a cada boa lembrança. Ela voltara a ser forte. Pelo menos por enquanto...
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Tá, eu sei que não tá muito bom, mas eu to meio sem criatividade por esses dias, e precisava escrever algo sobre isso. De qualquer forma, quando a criatividade voltar eu escrevo mais alguma coisa! Abração!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
sábado, 5 de janeiro de 2008
Sobre Leões e Taças de Vinho...
Ele saiu apressado daquele salão. A música alta, o barulho das pessoas conversando assuntos inúteis, o calor excessivo, o ar pesado e difícil de respirar tornavam aquele lugar insuportável. Correu em direção a porta, se desviando de quem tivesse em seu caminho.
O ar lá fora era melhor. Mais leve, mais frio, mais silencioso. Ele se sentia melhor longe daquilo tudo. Por mais que se esforçasse, ele nunca conseguia se acostumar com tudo aquilo.
Sua taça de vinho balançava lentamente por entre seus dedos. Seu reflexo invertido na taça, o fazia pensar. Será que ele estava sendo ele mesmo, ou tentando ser algo que não era e nem nunca iria ser.
- Não aguentou ficar lá dentro?
- É... essas festas nunca me deixam a vontade... - Respondeu, meio perplexo pela presença dele lá.
- Eu lembro bem disso. Desde criança você é assim. Nunca gostou dessas reuniões cheias de gente. Sempre preferia ficar só, no seu canto.
- Você lembra coisas demais meu amigo... aquele tempo já passou, e eu tento ser diferente agora.
- Mas as suas tentativas continuam se mostrando ineficazes, certo? Não adianta, por mais que você queira mudar, você não vai conseguir. Pode parecer terrível, mas é verdade...
A chuva começou a cair mais forte.
- Porque você acha isso?
- Você pode ver num zoológico qual leão nasceu em cativeiro e qual foi capturado. Os olhos do leão selvagem têm um brilho diferente, um jeito de fera aprisionada. Eles conheceram a liberdade e a perderam, e não se conformam com isso. Ao mesmo tempo, os leões que nascem em cativeiro não demonstram nada de diferente. Eles apenas vivem.
- Mas ambos acabam tendo o mesmo destino. Ambos continuam dentro de uma jaula, não importando sua origem.
- Tem certeza? Olha pra essa taça na sua mão. Pra que ela serve?
- Ora bolas, pra que uma taça serve? Para por vinho nela!
- E agora? - Falou, virando a taça de cabeça pra baixo e colocando a boca sobre a sacada onde estavam. - Mesmo que você ficasse anos tentando preenche-la com vinho, não conseguiria.
- Mas no final, ela continua sendo uma taça de vinho...
- Exato!! Acho que você entendeu o que eu queria dizer!!
- Acho que sim...
- Bom, eu vou voltar pra dentro. Você vem?
- Quem sabe mais tarde...
Mas ambos sabiam que aquele mais tarde nunca chegaria... A taça estava novamente virada pra cima. Tudo estava onde devia estar...
O ar lá fora era melhor. Mais leve, mais frio, mais silencioso. Ele se sentia melhor longe daquilo tudo. Por mais que se esforçasse, ele nunca conseguia se acostumar com tudo aquilo.
Sua taça de vinho balançava lentamente por entre seus dedos. Seu reflexo invertido na taça, o fazia pensar. Será que ele estava sendo ele mesmo, ou tentando ser algo que não era e nem nunca iria ser.
- Não aguentou ficar lá dentro?
- É... essas festas nunca me deixam a vontade... - Respondeu, meio perplexo pela presença dele lá.
- Eu lembro bem disso. Desde criança você é assim. Nunca gostou dessas reuniões cheias de gente. Sempre preferia ficar só, no seu canto.
- Você lembra coisas demais meu amigo... aquele tempo já passou, e eu tento ser diferente agora.
- Mas as suas tentativas continuam se mostrando ineficazes, certo? Não adianta, por mais que você queira mudar, você não vai conseguir. Pode parecer terrível, mas é verdade...
A chuva começou a cair mais forte.
- Porque você acha isso?
- Você pode ver num zoológico qual leão nasceu em cativeiro e qual foi capturado. Os olhos do leão selvagem têm um brilho diferente, um jeito de fera aprisionada. Eles conheceram a liberdade e a perderam, e não se conformam com isso. Ao mesmo tempo, os leões que nascem em cativeiro não demonstram nada de diferente. Eles apenas vivem.
- Mas ambos acabam tendo o mesmo destino. Ambos continuam dentro de uma jaula, não importando sua origem.
- Tem certeza? Olha pra essa taça na sua mão. Pra que ela serve?
- Ora bolas, pra que uma taça serve? Para por vinho nela!
- E agora? - Falou, virando a taça de cabeça pra baixo e colocando a boca sobre a sacada onde estavam. - Mesmo que você ficasse anos tentando preenche-la com vinho, não conseguiria.
- Mas no final, ela continua sendo uma taça de vinho...
- Exato!! Acho que você entendeu o que eu queria dizer!!
- Acho que sim...
- Bom, eu vou voltar pra dentro. Você vem?
- Quem sabe mais tarde...
Mas ambos sabiam que aquele mais tarde nunca chegaria... A taça estava novamente virada pra cima. Tudo estava onde devia estar...
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