quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Simplicidade...

Aos poucos ela foi se cansando de tudo. As coisas que antigamente a faziam sorrir, hoje mal fazem ela mexer os lábios. As coisas que a empolgavam, hoje a fazem ficar entediada. Ela poderia ter tudo, que continuaria se sentindo incompleta.

A chuva caia como se o mundo fosse acabar. Trovões eram ouvidos ao longe, e faziam a janela do seu quarto tremer. O vidro molhado com as gotas da chuva, a lembravam que ela estava presa dentro de seu próprio mundo.

Sua mãe estava na sala, como sempre, vendo a novela. Seu irmão, no computador, ignorando os avisos de sua mãe sobre os relâmpagos. Seu pai ficara preso em uma reunião no trabalho mais uma vez. Tudo estava onde deveria estar. Era sempre assim, a mesma rotina.

Ela estava cansada disso tudo. Nem os presentes que ganhava do pai, nem os garotos tentando conquistá-la, nem os filmes que outrora ela adorava, nada conseguia satisfaze-la por completo. Por mais que ela tentasse, tudo parecia incompleto.

E como se fosse a coisa mais normal do mundo, ela parou de olhar as gotas de chuva no vidro da janela, levantou-se da cama e foi em direção a porta. Desceu o lance de escadas, sem responder a pergunta do irmão. Passou pela sala. Sua mãe mal notara sua presença.

Foi até a cozinha e abriu a porta dos fundos. A chuva caia mais forte que nunca. O cheiro de terra úmida do jardim de sua casa era o mais doce perfume que ela poderia sentir. Os pés descalços tocaram a grama molhada. As gotas de chuva molhavam seus longos cabelos, e aos poucos encharcavam sua camisola.

Os gritos histéricos da mãe pouco importavam agora. O risco de adoecer, muito menos. Ela precisava fazer isso. E pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu completa. E o cheiro da terra úmida, o textura da grama molhada, a água da chuva em seu rosto a fizeram perceber uma coisa. Ela estava viva. Mais viva do que nunca...

17 comentários:

Arthur Lopes disse...

Caralho muleque
tá escrevendo demais
continue assim
abraçoo

Anônimo disse...

não é por nada não, mas esse foi o melhor de todos.
s bem que o que começa com a musica do raul tb é bem legal !
mas esse.. tá sendo o primeiro lugar ! =)
nao me pergunte porque :P
beeeijos ;*

Anônimo disse...

pra quando sai o livro meeeesmo? :D
ajhahiahahahahaiaha
não aguento mais te elogiar, puime!

:*

Anônimo disse...

Como sempre, perfeito...
Nao tive coragem d escrever meu nome aki, mas voce deve saber qm sou eu neh?
a coragem q me falta em falar.. e q me faltou em agir...
d qq modo, continuo t admirando, principalment como amigo..
beijos...
otimo texto... como sempre..

Everaldo Ygor disse...

Olá!
Belo texto...
Com descrições bem envolventes...
Parabéns!
Abraços
Everaldo Ygor

http://outrasandancas.blogspot.com/

Anônimo disse...

Muito bom texto. Gostei da forma que você escreve..

Anônimo disse...

gostei muito dos seus textos, você escreve muio bem, parabéns.

Loly disse...

Muito bom mesmooo


gostei pra caramba
=]


beijos

Unknown disse...

Profundo cara, de verdade...sempre tive essa vontade secreta de sair de casa do nada no meio da chuva e sentir a chuva de verdade...ou sei lá, sair andando pelo mato e sentar no meio do nada, sozinho, sabe essas maluquices que às vezes atingem a gente feito raio? Bom, você escreve bem, vou dar uma conferida nos outros textos tb^^

Fashionista Butterfly disse...

Muito bom seu texto, cara!!
É bom fazer isso, sair na chuva, ainda mais quando estamos vazios (nem trsite, nem feliz), parece que a chuva nos faz transbordar de sensações. Beijo.

Anônimo disse...

Esse com certeza foi o melhor...
Se bem que teve um, sobre o qual prefiro não comentar, que muito me identifiquei!
Está cada vez escrevendo melhor... e que continue assim!
Beijos primo.. :**

Allison Ramon disse...

Bonito texto!!!

Luana! disse...

Eu via várias crianças, na rua, banhando na chuva. O meu rosto encharcava pelo choro. As crianças pareciam estar sendo embebedecidas pelas bençãos divinas.
Cresci e, ao meio-dia, numa cidade distante, me dei o prazer de voltar a ser criança e Deus me deu o prazer de ser coberta pela sua benção.
Só no dia em que eu me dei a satisfação de ser criança, eu descobri a chuva.

Unknown disse...

Nossa Rafael, que texto lindo!
Me identifiquei muito, pois sinto este mesmo vazio.
Tocou na minha ferida!
Beijos!
Parabéns!

Didi. disse...

Já dei a mim como presente, um banho de chuva desses, esse texto me sensibilizou muito e por causa dele volto sempre aqui.

Pris Müller disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pris Müller disse...

Lindo o seu texto. Parabéns.